sábado, 25 de junho de 2016

TEORIA & HISTÓRIA LITERÁRIA | MACUNAÍMA - MÁRIO DE ANDRADE

TEORIA & HISTÓRIA LITERÁRIA

RESENHA | Por Nicholas Merlone

MACUNAÍMA (1928)

MÁRIO DE ANDRADE


"POUCA SAÚDE E MUITA SAÚVA,
OS MALES DO BRASIL SÃO."

Autor: Mário Raul de Morais Andrade (São Paulo | 1893 - 1945)

Movimento Literário: Modernismo (1a. Geração | 1922-1930)

Traços característicos: 

Objeto: tipo de mistura do folclore e do povo brasileiro. O autor junta o fantástico e o sobre-humano ao narrar as peripécias de um anti-herói. Macunaíma se trata do representante de todos os períodos e locais brasileiros. O personagem central, Macunaíma, é, na verdade, "um herói sem nenhum caráter", que trai e é traído, preguiçoso, mas ligeiro, uma contradição, de fato, diferente do ideal romântico.

Estilo: Próximo da informalidade, da oralidade. Erudito e popular, heróico e picaresco. Com termos populares e indígenas, o autor busca criar um português "brasileiro".

Narrativa: O narrador da obra somente se revela ao final. Na parte em que começa com o lugar-comum: "Acabou-se a história e morreu a vitória", já que todos morreram. Um homem ouviu a história contada por um papagaio. Esse homem era Mario de Andrade (1893 - 1945) que criou um enredo complexo, baseado em ampla erudição folclórica, com tom coloquial e referências de diversas estirpes. Pode-se classificar o livro como uma rapsódia, já que se trata de uma composição livre, tida em melodias populares ou folclóricas. O anti-herói é concebido na selva, filho de uma índia. Filho do medo da noite. Fala com atraso e somente se locomove quando escuta o som do dinheiro. Torna-se príncipe e trai o irmão quando brinca com as cunhadas. Joga no bicho e pretende tirar vantagem em tudo; inteligente e preguiçoso. Cresce e mata a mãe. Ci torna-se sua esposa, guerreira amazona. O protagonista vira o imperador do Mato Virgem. Depois de 6 meses, tem um filho. O garoto morre, virando a planta do guaraná. Sua mulher, com desgosto, se torna a estrela Beta. Antes disso, deixa para Macunaíma a muiraquitã, uma pedra mística que lhe assegura a felicidade. Porém, Macunaíma perde a pedra, que chega ao comerciante peruano Venceslau Pietro Pietra, em São Paulo. Com seus irmãos, Macunaíma parte para São Paulo, com o objetivo de reaver a pedra, seu ideal. Todavia, Venceslau, disfarçado de comerciante, é o gigante Piaimã, comedor de gente. Depois de tentar reaver a pedra sem sucesso, Macunaíma tenta a macumba e somente aí consegue a pedra. Então, volta para o Amazonas e é atraído pela Iara, perdendo de vez a pedra. Desiludido, parte para o céu, virando uma estrela de brilho inútil.

Síntese conclusíva: Macunaíma se trata do insumo para a reflexão do brasileiro a respeito de si próprio.

sexta-feira, 24 de junho de 2016

Galeria | Pinte o 7! | Inauguração by Konstantin Gerber

Em nossa inauguração, é com grande satisfação que expomos em nossa Galeria | Pinte o 7! as obras do amigo Konstantin Gerber. Fale com Ele: k.gerber@uol.com.br . Tem algum trabalho? Desenhos, Fotografias ou Pinturas? Envie-nos que aqui expomos!


Chapu 60 cm x 80 cm


Conversas ao telefone 50 cm x 70 cm



Sem título


Sem título


Sem título


Sem título


Grande festa 1,00 m x 1,80 m


Macaco melancia 60 cm x 80 cm


Rosa flor 1,00 m x 70 cm


Sanguneo 1,00 m x 1,40 m

sábado, 18 de junho de 2016

TEORIA & HISTÓRIA LITERÁRIA | José Veríssimo | História da Literatura Brasileira

A partir de Nota Bibliográfica (Wilson Lousada) e Prefácio (Tristão de Athayde) descortino um pouco sobre José Veríssimo, que nasceu em Belém do Pará, em 08 de abril de 1857, e faleceu em 02 de fevereiro de 1916. O autor mudou-se para o Rio de Janeiro, capital do Pais, de então. Lá estudou no Colégio Pedro II, e foi jornalista, como exemplo, no Jornal do Brasil. Cítico de sua época, afirmou que a Literatura Brasileira só ganhou autonomia com o Romantismo, estando, antes disso, vinculada à Literatura Portuguesa. Foi notável por criticar o nacionalismo e, além disto, por ter um enfoque objetivo, em detrimento de um olhar subjetivo. Sua época de atuação foi de modo maior o Realismo.
Na Introdução de sua obra sempre atual, História da Literatura Brasileira, alguns pontos ganham destaque. "Literatura é arte literária. Somente o escrito com o propósito ou a intuição dessa arte, isto é, com os artifícios de invenção e de composição que a constituem é, a meu ver literatura"(1969, p. 10). Ou ainda com crítica mordaz: "A história da literatura brasileira é, no meu conceito, a história do que nossa atividade literária sobrevive na memória coletiva de nação.[...] Ainda nela entram muitos nomes que podiam sem inconveniente ser omitidos, pois de fato bem pouco ou quase nada representam. [...]"
Para encerrar a Introdução de sua obra, Veríssimo assinala: "Por motivos óbvios de discrição literária não quisera este livro ocupar senão de mortos. Esta norma, porém, era quase impossível segui-la na última fase da nossa literatura, vivendo ainda, como felizmente vivem, alguns dos principais representantes dos movimentos literários nela ocorridos; calar-lhes os nomes seria deixar suspensa a história desses movimentos. Ainda assim apenas ocasionalmente, por amor de completar ou esclarecer a exposição, se dirá de vivos. Tal o espírito em que após mais de vinte e cinco anos de estudo da nossa literatura empreendo escrever-lhe a história. Não me anima, em toda a sinceridade o digo, a presunção de encher nenhuma lacuna nem de prevalecer contra o que do assunto há escrito, certamente com maior cabedal de saber e mais talento. Não há matéria que dispense novos estudos." (1969, pp. 15-16)

sexta-feira, 17 de junho de 2016

APERITIVO NA JANTA | Emily Dickinson | Linhagem

PEDIGREE

The pedigree of honey
Does not concern the bee;
A clover, any time, to him
Is aristocracy.

---

LINHAGEM

A linhagem do mel
Da abelha não é cria;
Um trevo, sempre, pra ele
Será aristocracia.





quinta-feira, 16 de junho de 2016

APERITIVO NA JANTA | PASQUIM APRESENTA | STANISLAW PONTE PRETA | MÁXIMAS INÉDITAS DE TIA ZULMIRA

APERITIVO NA JANTA |

PASQUIM APRESENTA |

STANISLAW PONTE PRETA |

MÁXIMAS INÉDITAS DE TIA ZULMIRA |


"A maior sensação da minha vida foi nascer,
mas infelizmente eu já não me lembro mais."

p. 36

Breve Nota: Nascer realmente é preciso. Tão preciso que
se não nascêssemos não viveríamos.


quarta-feira, 15 de junho de 2016

APERITIVO NO ALMOÇO | ANTONIO PRATA | Seu Araújo In: As Pernas da Tia Corália

Antonio Prata

As Pernas da Tia Corália

"Computação e inglês, jovem. Hoje em dia tudo o que você
precisa saber é isso, vai por mim: computação e inglês."

[Seu Araújo]

Breve Nota | NM: Realmente, Seu Araújo sabe tudo. Computação e inglês,
hoje em dia. Pra que o resto? Como se diz, resto é resto...


terça-feira, 14 de junho de 2016

APERITIVO NO ALMOÇO: A LEI DE MURPHY | OUTRAS ANTILEIS JÁ ESTABELECIDAS NA RISOFÍSICA

Arthur Bloch

A Lei de
Murphy

e outros
motivos por que
tudo dá




OUTRAS ANTILEIS JÁ
ESTABELECIDAS NA RISOFÍSICA

Antilei de Urbano : "Se você é extremamente competente,
50 % de suas decisões darão errado."

p. 14

segunda-feira, 13 de junho de 2016

Galeria | Pinte o 7!

Galeria | Pinte o 7! | Pinturas | Fotografias | Desenhos

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APERITIVO NO ALMOÇO | De Shakespeare para os Advogados

ADVOGADO



"Como advogados procedamos, os
quais, embora com calor discutam, depois
comem e bebem como amigos."

A megera domada (1593 - 1594)
Ato I - Cena II: Trânio

p. 8




sábado, 11 de junho de 2016

Piece of Art by NM - Releitura | Tarsila




Piece of Art by NM

Releitura | Tarsila

sp. 11 jun 2016

RESENHA | MEMÓRIAS PÓSTUMAS DE BRÁS CUBAS - MACHADO DE ASSIS

MEMÓRIAS PÓSTUMAS DE BRÁS CUBAS

MACHADO DE ASSIS


RESENHA | Por Nicholas Merlone


Movimento Literário: Realismo

AO VERME
QUE
PRIMEIRO ROEU AS FRIAS CARNES
DO MEU CADÁVER
DEDICO
COM SAUDOSA LEMBRANÇA
ESTAS
MEMÓRIAS PÓSTUMAS

A obra MEMÓRIAS PÓSTUMAS DE BRÁS CUBAS (1881), de MACHADO DE ASSIS, evidencia uma melhora no estilo de Machado e, além disso, um desenvolvimento na Literatura brasileira. Não se trata de um romance do Romantismo. Trata-se, na verdade, do primeiro romance do Realismo brasileiro. Porém, além disso, trata-se da primeira narrativa fantástica do Brasil, sendo o primeiro livro da Literatura brasileira que avança sobre os limites nacionais desse gênero, uma vez que se trata de um grande romance universal.

PECULIARIDADE! | O narrador principal, Brás Cubas, encontra-se morto. A partir de então, daí a visão fantástica da obra, Cubas conta-nos sua vida e nos fornece um cenário de sua classe social e do ambiente onde viveu. A perspectiva do narrador não possui formalismos (narrativa, vida etc.). É, com efeito, um fanfarrão.

A frase de MEMÓRIAS PÓSTUMAS obriga-nos a notá-la antes de observar o que demonstra. Porém, estilo retórico não quer dizer rebuscamento gratuito, não menos que o narrador Machado de Assis. Brás Cubas se trata de uma obra, em que a perspectiva retórica ampara a linguagem da imitação e fingimento, contrapondo a ficção à realidade. (cf. José Guilherme Merquior. O romance carnavalesco de Machado | Análise Crítica). Sobre o tema, veja: A sátira machadiana, de Ivan de Andrade, clique aqui.

CARACTERÍSTICAS 

Narrador | Primeira Pessoa (Morto) - examina a si próprio e aos outros. Narrador onisciente.

Ambiente | Rio de Janeiro / RJ.

Personagens | i) Brás Cubas - defunto autor: Levou uma vida sem grandes inquietações e sem realizações; ii) Quincas Borba - antigo amigo de colégio de Brás Cubas, é mendigo. Torna-se rico e Brás Cubas se aproxima dele. Fundador do Humanitismo (filosofia que se resume em: "Ao vencedor, as batatas". Morre demente; iii) Marcela: meretriz interesseira. "Marcela amou-me durante 15 meses e onze contos de reis" (narrador); iv) Virgília: filha do Conselheiro Dutra. Casaria com Brás Cubas, porém casou com Lobo Neves. Depois, vira amante de Cubas; v) Dona Plácida: realista, esconde o relacionamento adúltero entre Cubas e Virgília.

EM SÍNTESE | Narrativa | O autor defunto inicia o enredo partindo de sua morte, daí retornando à sua infância, contando suas paixões de então pela meretriz Marcela, que terminam no momento em que seu pai o manda à Europa. O adultério é encarado no seu relacionamento com Virgília, mulher de Lobo Neves, escondido por Dona Plácida. Outra peculiaridade de sua vida é a relação com Quincas Borba, que fica rico por uma herança e desenvolve a filosofia do Humanitismo. Destacam-se na obra os pensamentos de Machado de Assis, relativos ao homem e às relações sociais.

sexta-feira, 10 de junho de 2016

AMENIDADES & APERITIVO - PALAVRA É MORTA - Emily Dickinson

PALAVRA É MORTA

Emily Dickinson

Palavra é morta
Quando está dita,
Dizem uns.
Digo: inicia
A só viver
Em tal dia.

---

Nota Pessoal: Com efeito, quando se diz a palavra, ela nasce, não está morta, pois. A partir daí, ganha vida e, além disto, carrega consigo "Poder". Sim, a palavra tem poder, o Poder da Palavra, que influencia, que causa inquietude, que, por que não, igualmente revoluciona!

by NM

---


quinta-feira, 9 de junho de 2016

POESIA APERITIVO (ALMOÇO) - Drummond: Poema de Sete Faces

Da série: Amenidades / Aperitivos
Hora do almoço

"Desde sua estreia, em 1930, com Alguma poesia, [Drummond] não pára de produzir sua vasta obra, que inclui poesia, conto, crônica, jornalismo. Quando morre, aos 85 anos, é considerado, consensualmente, o maior poeta brasileiro." (Cláudia Campos. Literatura. 2009. p. 126)

Poema de Sete Faces

Quando nasci, um anjo torto
desses que vivem na sombra
disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.
As casas espiam os homens
que correm atrás de mulheres.
A tarde talvez fosse azul,
não houvesse tantos desejos.
O bonde passa cheio de pernas:
pernas brancas pretas amarelas.
Para que tanta perna, meu Deus, pergunta meu coração.
Porém meus olhos
não perguntam nada.
O homem atrás do bigode
é sério, simples e forte.
Quase não conversa.
Tem poucos, raros amigos
o homem atrás dos óculos e do bigode,
Meu Deus, por que me abandonaste
se sabias que eu não era Deus
se sabias que eu era fraco.
Mundo mundo vasto mundo,
se eu me chamasse Raimundo
seria uma rima, não seria uma solução.
Mundo mundo vasto mundo,
mais vasto é meu coração.
Eu não devia te dizer
mas essa lua
mas esse conhaque
botam a gente comovido como o diabo.  

Alguma poesia (1930)

quarta-feira, 8 de junho de 2016

MILLÔR: Contribuinte


Da série: Amenidades / Aperitivos
Hora do almoço

"Me arrancam tudo à força. Mas me chamam de contribuinte."



Millôr Fernandes

terça-feira, 7 de junho de 2016

Shakespeare & Cecília Meireles juntos no Café




Enquanto isso...
No Café de Van Gogh...


ACEITAÇÃO


Devemos aceitar o que é impossível
deixar de acontecer.

As alegres comadres de Windsor (1600 -
1601)

Ato V - Cena V: Page

p. 7




---

CECÍLIA MEIRELES

  OU ISTO
OU AQUILO















 ROLA A CHUVA

O frio arrepia
a moça arredia.

Arre
que arrelia!

Na rua rola a roda...
Arreda!
A rola arrulha na torre.

A chuva sussurra.

Rola a chuva
rega a terra
rega o rio
rega a rua.

E na rua roda rola.

p. 40





segunda-feira, 6 de junho de 2016

PASQUIM: Stanislaw Ponte Preta - Máximas Inéditas de Tia Zulmira / Viver

AMENIDADES | APERITIVOS

Segue apertivo!

PASQUIM: Stanislaw Ponte Preta - Máximas Inéditas de Tia Zulmira





(p. 14 - 15)

domingo, 5 de junho de 2016

MURPHOLOGIA

Arthur Bloch

A Lei de
Murphy

e outros
motivos por que
tudo dá





MURPHOLOGIA

A LEI DE MURPHY:

Se alguma coisa pode dar errado, dará.

Corolários:

1.   Nada é tão fácil quanto parece.
2.   Tudo leva mais tempo do que se pensa.
3.   Se há possibilidade de várias coisas darem errado, dará
      errado a que causar mais prejuízo.
4.   Se você perceber que há quatro maneiras de uma coisa
      dar errado, e driblar as quatro, uma quinta maneira sur-
      girá do nada.
5.   Deixadas à sua sorte, a tendência das coisas é ir de mal
      a pior.
6.   Toda vez que você decide fazer alguma coisa, tem sem-
      pre outra coisa pra ser feita antes.
7.   Toda solução cria novos problemas.
8.   É impossível fazer qualquer coisa à prova de erros - os
      idiotas são muito inventivos.
9.   A natureza está sempre a favor da falha.
10. A natureza é fogo.


(p. 21)


POEMAS: MaiaKóvski - Primeiro Livro

"Primeiro Livro

"Não sei que Passarinheira Agáfia. Se tivesse então encontrado alguns livos daqueles, deixaria de ler para sempre. Felizmente, o segundo foi Dom Quixote. Isto é que é livro! Fiz uma espada de madeira e armadura e aniquilava tudo ao redor."

Veja: POEMAS: MaiaKóvski. p. 32.


INAUGURAÇÃO! Suba no Palanque!

INAUGURAÇÃO! Suba no Palanque! 


Suba no Palanque! | Crônica & Conto, Microconto | Crítica de Cinema | Resenhas de Livros

blog NM | Artes de Artistas abre espaço para a leitora, o leitor publicar suas obras englobando os gêneros Crônica & Conto, Microconto e, além disso, Crítica de Cinema e Resenhas de Livros.

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  4. Documento: O texto deve ser anexado ao e-mail (formato word);
  5. Peneira: Os trabalhos vão ser analisados. Se estiverem conforme as normas de postagem, serão publicados em ordem de chegada.
  6. Remuneração: Não há remuneração de qualquer espécie para os trabalhos aqui postados.
  7. post vai ser de exclusiva responsabilidade do autor. Não representa, em geral, a posição de Nicholas Merlone ou do Blog NM | Artes de Artista.
  8. NORMAS DE POSTAGEM: O acesso ao palco é livre! Solte a imaginação e a criatividade! Só se proíbem ofensas e atos discriminatórios de qualquer natureza. Fora isso, atente para o limite de 02 (duas) páginas! Objetividade e concisão são precisos! Elegância e estilo igualmente! Suba no Palanque!
"Não é possível estar dentro da civilização e fora da arte" -
 Ruy Barbosa



sábado, 4 de junho de 2016

Cinema: Críticas de Filmes

Nesta seção, o debate é sobre Cinema. Fazemos Críticas de Filmes. Do cinema nacional, passando pelo europeu e oriental até o norte-americano. E a leitora e o leitor são nossos convidados a participar! Opine! Suba no palco e tenha Voz ativa!


Girl

Nicholas Merlone | São Paulo – SP

Girl. In: Vários autores. Geração em 140 caracteres. São Paulo: Geração Editorial, 2011. p. 114.

Girl Você é doçura e pornografia, girl! Você é magia e feitiçaria que fascina e intimida. Você destruiu meu coração... bye, bye, baby!...Call me!

Para ver, clique aqui.

Pés

Preciso confessar uma coisa: sou tarado por pés. Não me estranhe, justifico-me, como verá. Afinal, mulheres são indispensáveis, sendo que não conseguimos viver sem elas, apesar de haver algumas situações críticas, como esta em que nos ligam querendo saber: “Tudo bem? E aí, a cerveja com os amigos está boa? Quem está com você?”.
Porém, como disse, tratarei aqui de pés! Vejam só… Lembro-me de três casos reais, em que eu estava presente. E um quarto das telas da ficção…
O primeiro foi há algum tempo no metrô. Eu estava indo de terno para o estágio, segurando na barra. Então, uma linda morena de pele clara, com cabelos castanhos, estindo roupa social, de saia e salto alto, entrou no vagão segurando uma pasta.
O detalhe marcante foi sua tornozeleira. Fininha, de prata, embelezava seu lindo pé delicado. Tinha um tornozelo um pouco grosso, bem modelado, realmente, belíssimo.
Minha viagem tornou-se mais agradável, mais prazerosa e me remeteu para outros lugares. Viajei dali para outro vagão, talvez o mesmo, só que vazio, onde eu beijava e lambia seus pés como seu fiel servo. 


Pois é, acho que somente me rebaixo a servo ou a vassalo de mulheres, das com pés bonitos e perfumados. Devem ser bem cuidados… As unhas bem feitas e pintadas é fundamental, devo dizer.
A segunda vez foi recentemente num curso que eu fazia. A moça tinha pele dourada  aturalmente e no pé a tatuagem de uma estrela. Isso também chamou minha atenção e me tirou um pouco do ar durante as aulas. Ah! Quando lembro dela de pernas cruzadas com o pé à mostra…
A última, ou melhor, o último pé foi ontem no cursinho. Um belo pé de pele clara, de uma dona loira bem humorada. Com uma tornozeleira, fica sexy e poderoso, charmoso e vivo! Ganha vida!
No cinema, tratava-se de uma comédia em que um maluco rouba todos os sapatos de sua paixão secreta. Um tarado por pés?!
A verdade, caro leitor, é que pés bem cuidados, cada qual a seu modo, possui encanto e magia, ou melhor, a poesia inerente a cada um deles. E isso, para alguns pobres mortais como eu, trata-se de nosso calcanhar de aquiles…
Publicado originalmente em Mundo Mundano, em 31/03/2011.
Posteriormente, em participação no livro.
São Paulo. Nicholas Merlone.

A echarpe

Final de julho, era sábado à noite e fazia frio. A cidade estava movimentada como de costume. Carros e ônibus nas ruas, buzinaços e grupos de jovens bebendo todas em direção às baladas. Eu estava sentado na lotação, olhava o relógio e contava os minutos para chegar logo em casa. Tinha sido um dia cansativo no trabalho.
Na parada próxima à rua Augusta na Avenida Paulista, uma moça de cabelos não muito longos, negros, com pele clara, trajando um vestido preto e casaco, sobe e se senta ao meu lado.
Tinha em suas mãos uma cadernetinha vermelha, parecia um diário com algumas notas e uma foto. Leu o que havia escrito várias vezes, olhou bem para a imagem e guardou na bolsa. Fora isso, tinha um perfume muito característico: doce e levemente ácido. Sua echarpe vinho com sombreado azul-marinho dava o toque final de seu charme.            Trabalho num jornal como redator de obituários e dou aulas de português para estrangeiros numa escola que fica no bairro do Paraíso, de onde venho no momento. O ônibus agora desce a Rua da Consolação e passa ao lado do cemitério.
Olho para o lado e vejo uma lágrima escorrendo do rosto da moça. Ela olha fixo em meus olhos com tristeza e, então, abrindo um sorriso digo: “Não importa o que tenha acontecido, não desista! Levante a cabeça, sorria e siga em frente!”, sorrindo ainda termino: “Mesmo com essas lágrimas e a maquiagem assim, você é linda! Sabia?”.
Ela então retribuiu com um sorriso e disse que eu estava sendo apenas simpático. Falei que não, mas não acreditou. Apesar de tudo, tentou manter a compostura e parou de chorar, depois de se limpar.
Pensei em convidá-la para um café, e assim o fiz. Ela aceitou. Então, na próxima estação descemos e tomamos um espresso numa cafeteria no centro. A bebida quente nos aqueceu e o aroma desprendido pela fumaça atiçou nossos sentidos. Além disso, o momento permitiu que nos conhecêssemos melhor.
Era publicitária e se mudara do interior havia alguns anos. Conversamos sobre literatura, cinema e outras coisas. Seus escritores preferidos eram os russos. Gostava de Woody Allen, mas não deixava de assistir às comédias do Ben Stiller. Uma das coisas que mais gostava era se sentar na varanda, fumar um cigarro, ouvindo jazz e não fazer nada, só olhar a vista.
Então, falei que a conversa estava ótima, que adoraria conversar mais e propús irmos para um lugar mais aconchegante. Ela perguntou onde. Respondi que meu apartamento não era longe, e veja só… Tinha uma varanda com uma vista fantástica!
Ela disse que gostou de mim, mas mal me conhecia… Então, disse que lhe mostraria minha coleção de vinis das divas do jazz. Falei que tinha Billie Holiday, Ella Fitzgerald e muitas outras.
Não resistiu e fomos à pé dali até meu apê. No caminho, paramos numa loja de conveniência 24 horas e compramos um vinho tinto. Chegando, coloquei para tocar um disco, abri a garrafa e servi as taças. Tomamos sentados na varanda, fumando e vendo o mar de pedras. Imaginamos a imensidão de pessoas que havia nessa cidade e pensamos quantos sonhos, quantas desilusões existiriam em cada janela. Conversamos um pouco mais, então nos beijamos e entramos em direção ao sofá.
No dia seguinte, despertei com o sol batendo no meu rosto, uma baita ressaca com gosto de jornal na boca, mas satisfeito com a noite anterior. Contudo, quando vi ela não estava mais em meu apê. Deixou somente sua echarpe em cima da mesa e nada mais. Foi-se para sempre e para sempre ficarei com essa lembrança. Então, apanho a echarpe e sinto seu perfume…
Nicholas Merlone
Sp. 28/08/2010
Publicado originalmente no Portal Literal.

Prêmio Literário Waldeck Almeida de Jesus – 2010 | Talvez

Caros(as) amigos (as), tive a oportunidade de participar do Prêmio Literário Valdeck Almeida de Jesus – 2010, e ter o poema “Talvez” selecionado para a antologia. Convido-lhes a conhecê-lo. Boa leitura!





Oficina de Escritores

Tenho alguns livros literários publicados em coautoria: de coletâneas de poemas a contos e crônicas. Desse modo, decidi compartilhar com a leitora, o leitor um pouco sobre a arte de escrever. Para tanto, além de minha experiência particular, utilizarei os seguintes (e outros) livros, que aos poucos vou resenhar, comentar e dividir com vocês:

- CANDIDO, Antonio. O estudo analítico do Poema. 5a. edição. São Paulo: Associação Editorial Humanitas, 2006.

- GANCHO, Cândida Vilares. Introdução à Poesia. Teoria e Prática. São Paulo: Atual, 1989.

- KOCH, Stephen. Oficina de Escritores. Um Manual para a Arte da Ficção.  Trad. Marcelo Dias Almada. São Paulo: Martins Fontes, 2009.

- MINCHILLO, C.; CABRAL, I. A Narração. Teoria e Prática. 2a. edição. São Paulo: Atual, 1989.

- PROSE, Francine. Para Ler Como Um Escritor. Um guia para quem gosta de livros e para quem quer escrevê-los. Com acréscimos à edição brasileira de Italo Moriconi. Trad. Maria Luiza X. de A. Borges. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2008.

- SCHOPENHAER, Arthur. A arte de escrever. Trad., organização, prefácio e  notas de Pedro Süssekind. Porto Alegre: L&PM, 2005.


Teoria & História Literária

Neste espaço, serão desenvolvidos posts sobre Teoria & História Literária, brasileira e portuguesa. Do Barroco ao Modernismo ; Do Trovadorismo ao Modernismo.


Para tanto, irei me servir das seguintes (e de outras) obras, as quais aos poucos vou resenhar, comentar e repartir com vocês:

VERÍSSIMO, José. História da Literatura Brasileira. 5a. edição. Rio de Janeiro: José Olympio Editora, 1969.

MOISÊS, Massaud. A Literatura Portuguesa através dos Textos. 25a. edição. São Paulo: Cultrix, 1997.

________. A Literatura Brasileira através dos Textos. 18a. edição. São Paulo: Cultrix, 1997.

Feeling Good (tradução) - Nina Simone

Feeling Good

Birds flying high you know how I feel
Sun in the sky you know how I feel
Breeze driftin' on by you know how I feel
It's a new dawn
It's a new day
It's a new life
For me
And I'm feeling good
Fish in the sea you know how I feel
River running free you know how I feel
Blossom on the tree you know how I feel
Dragonfly out in the sun you know
What I mean, don't you know
Butterflies all havin' fun you know what I mean
Sleep in peace when day is done
That's what I mean
And this old world is a new world
And a bold world
For me
Stars when you shine you know how I feel
Scent of the pine you know how I feel
Oh freedom is mine
And I know how I feel

Me Sentindo Bem

Pássaros voando alto, você sabe como me sinto
Sol no céu,você sabe como me sinto
Brisa passando,você sabe como me sinto
(refrão)x2
É um novo amanhecer
É um novo dia
É uma nova vida
Pra mim
E estou me sentindo bem
Peixe no mar, você sabe como me sinto
Rio correndo livre, você sabe como me sinto
Florescer na árvore,você sabe como me sinto
(refrão)
Libélula ao Sol,você sabe o que eu quero dizer, não sabe?
Borboletas se divertindo, você sabe o que eu quero dizer
Adormecer em paz ao fim do dia
Isso que eu quero dizer!
E este velho mundo é um novo mundo
E um corajoso mundo
Pra mim
Estrelas quando brilham, você sabe como me sinto
Aroma do pinheiro, você sabe como me sinto
Oh a liberdade é minha
E eu sei como me sinto

(refrão)


A Cachorrinha

Vinícius de Moraes

Rio de Janeiro , 1970

Mas que amor de cachorrinha!
Mas que amor de cachorrinha!

Pode haver coisa no mundo
Mais branca, mais bonitinha
Do que a tua barriguinha
Crivada de mamiquinha?

Pode haver coisa no mundo
Mais travessa, mais tontinha
Que esse amor de cachorrinha
Quando vem fazer festinha
Remexendo a traseirinha?


fonte: Site do Vinícius de Moraes