TEORIA & HISTÓRIA LITERÁRIA
RESENHA | Por Nicholas Merlone
MACUNAÍMA (1928)
MÁRIO DE ANDRADE
"POUCA SAÚDE E MUITA SAÚVA,
OS MALES DO BRASIL SÃO."
Autor: Mário Raul de Morais Andrade (São Paulo | 1893 - 1945)
Movimento Literário: Modernismo (1a. Geração | 1922-1930)
Traços característicos:
Objeto: tipo de mistura do folclore e do povo brasileiro. O autor junta o fantástico e o sobre-humano ao narrar as peripécias de um anti-herói. Macunaíma se trata do representante de todos os períodos e locais brasileiros. O personagem central, Macunaíma, é, na verdade, "um herói sem nenhum caráter", que trai e é traído, preguiçoso, mas ligeiro, uma contradição, de fato, diferente do ideal romântico.
Estilo: Próximo da informalidade, da oralidade. Erudito e popular, heróico e picaresco. Com termos populares e indígenas, o autor busca criar um português "brasileiro".
Narrativa: O narrador da obra somente se revela ao final. Na parte em que começa com o lugar-comum: "Acabou-se a história e morreu a vitória", já que todos morreram. Um homem ouviu a história contada por um papagaio. Esse homem era Mario de Andrade (1893 - 1945) que criou um enredo complexo, baseado em ampla erudição folclórica, com tom coloquial e referências de diversas estirpes. Pode-se classificar o livro como uma rapsódia, já que se trata de uma composição livre, tida em melodias populares ou folclóricas. O anti-herói é concebido na selva, filho de uma índia. Filho do medo da noite. Fala com atraso e somente se locomove quando escuta o som do dinheiro. Torna-se príncipe e trai o irmão quando brinca com as cunhadas. Joga no bicho e pretende tirar vantagem em tudo; inteligente e preguiçoso. Cresce e mata a mãe. Ci torna-se sua esposa, guerreira amazona. O protagonista vira o imperador do Mato Virgem. Depois de 6 meses, tem um filho. O garoto morre, virando a planta do guaraná. Sua mulher, com desgosto, se torna a estrela Beta. Antes disso, deixa para Macunaíma a muiraquitã, uma pedra mística que lhe assegura a felicidade. Porém, Macunaíma perde a pedra, que chega ao comerciante peruano Venceslau Pietro Pietra, em São Paulo. Com seus irmãos, Macunaíma parte para São Paulo, com o objetivo de reaver a pedra, seu ideal. Todavia, Venceslau, disfarçado de comerciante, é o gigante Piaimã, comedor de gente. Depois de tentar reaver a pedra sem sucesso, Macunaíma tenta a macumba e somente aí consegue a pedra. Então, volta para o Amazonas e é atraído pela Iara, perdendo de vez a pedra. Desiludido, parte para o céu, virando uma estrela de brilho inútil.
Síntese conclusíva: Macunaíma se trata do insumo para a reflexão do brasileiro a respeito de si próprio.
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